segunda-feira, 25 de outubro de 2010

FERNANDO PESSOA

Temos tantos poetas... eu adoro Fernando Pessoa, é o meu poeta, estou a revisitar poemas que escreveu.

12 comentários:

  1. Amigo também gosto muito de Fernando Pessoa, e pelos vistos como pessoa fazia jus ao seu nome,e ele também segundo se consta tinha uma grande paixão pelas estrelas.
    Obrigado pela sua visita e cá para nós eu um dia vou morar numa estrela e de lá vou dar sempre um olá para os meus queridos amigos.
    Beijinhos estrelados ou de luz

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  2. Olá Franciete,
    Tem as estrelas de Escorpião ao seu dispor, ficariam com brilho acrescido.
    Bj amigo,
    J

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  3. Tambem gosto de Fernando Pessoa...

    A morte é a curva da estrada,
    A morte é a curva da estrada,
    Morrer é só não ser visto.
    Se escuto, eu te ouço a passada
    Existir como eu existo.

    A terra é feita de céu.
    A mentira não tem ninho.
    Nunca ninguém se perdeu.
    Tudo é verdade e caminho.

    Partilho este poema contigo...
    Beijo d'anjo

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  4. Incontestável, a grandeza de Fernando Pessoa.
    A sua obra é uma imensa contelação.

    L.B.

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  5. Olá, J (na nova versão "cajoco").
    estou certo que por aqui se vai aprender, também, da inspiração deste "alter-ego... perfeccionista",
    como promete esta feliz escolha de Pessoa!
    Um abraço

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  6. o meu poeta preferido Fernando pessoa, adoro
    beijinhos

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  7. Jorge amigo.
    Cá estou eu no seu novo espaço!
    No dia 13 de Agosto, quando se despediu para ir de férias, referiu que ia reflectir para remodelar o seu blog, em relação à estrutura, temas e comentários, lembra-se?
    Fico contente por mais este "cantinho" seu, aonde vai receber os amigos com a mesma simpatia e gentileza que lhe é peculiar.
    Também gosto de Fernando Pessoa, até já tinha pensado que o meu próximo post, seria o seu melhor poema(na minha opinião)"NAVEGAR".
    Como o Jorge apresentou agora alguns versos desse poema, talvez já não o faça. A não ser que o Jorge não se importe...
    Jorge, não consigo fazer-me seguidora. Já tentei dezenas de vezes e aparece-me sempre o aviso a dizer que não é possível encontrar a página Web. Não sei se há algo mal com o meu computador. Hoje, já é muito tarde, mas amanhã vou tentar de novo.
    Parabéns, meu amigo. Gostei muito!
    Beijinhos da
    Janita

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  8. Sonho
    Grato pela visita e pela partilha de um poema tocante.

    Lidia Borges,
    Fernando Pessoa é único e irrepetível.

    Olá Quicas,
    Grato pelo estímulo na sua visita.
    "alter-ego... perfeccionista" é uma metáfora, ou melhor, é mais um incentivo para fazer o melhor possível aprendendo com os meus amigos.

    Amiga[o]s, um abraço e um bom fds para todos.
    J

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  9. Jorge meu querido amigo!
    O que o fez mudar de ideias??
    Hoje de manhã vim, de novo tentar e consegui, fazer-me seguidora, e reparei que tinha a nossa bela Ponte D. Luis, toda iluminada, por debaixo das Estrelas de Escorpião.
    Vejo agora, com tristeza, que o seu brilho luminoso desapareceu.
    Que pena!!
    Vejo-a no lateral direito. Mas, não é a mesma coisa!!
    Peço desculpa por estar a meter a foice em seara alheia. Mas, é que gostei tanto de ver o nosso Porto a resplandecer, qual estrela ANTARES...
    Beijinhos, amigo e tenha um bom fim-de-semana.
    Janita

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  10. Minha Amiga Janita.
    Antes de mais obrigado pela materialização do seu esforço como seguidora.
    Eu não mudei de ideias, tento ensaiar ideias até tomar uma decisão, foi oque fiz.
    A ponte D. Luis não está céu, está na terra como "ex-libris" junto aos meus seguidores presentes e futuros [compartilhando o seu brilho] . No entanto nada neste mundo é definitivo...
    Bjis um bom e brilhante fds parasi.
    J

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  11. Jorge: Você fez um belo comentário sobre o meu poema "Amigo", que dediquei ao nosso imenso Fernando Pessoa, que faz parte do meu livro "Vagas"! Se me ler a tempo, vou estar em Cascais, na Biblioteca Municipal, das 14 às 18 horas, no dia 13 de Novembro 2010, para inaugurar uma exposição dos meus desenhos e fazer o lançamento do "Vagas" em Portugal. Se estiver próximo, apareça! Senão, contacte-me via meu mail

    carmopat@dbmail.com

    Abraço grande!

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  12. Prezado Rogério do Carmo,

    Reconhecidamente agradeço o seu convite para a exposição dos seus desenhos e lançamento do seu livro "Vagas" em Portugal [possuo um exemplar que o amigo teve a deferência de me oferecer]. Por motivos pessoais é-me impossível comparecer.
    Aqui ficam os meus votos para que tudo corra bem e que exposição tenha o êxito que o amigo merece.
    Como singela homenagem aqui publico o maravilhoso poema que dedicou ao... seu Amigo.


    AMIGO



    Um destes dias
    Dou um salto ao cemitério
    Vou visitar-te!
    Ah! Já não posso
    Já lá não estás!
    Estavas lá tão bem
    Campa rasa pacata
    Mas levaram-te a Belém
    Para uns pastelinhos de nata.
    Que chatos!
    Tinhas nos Prazeres
    Sem grandes aparatos
    Onde muito bem jazeres
    Muito bem estares
    Finalmente repousares
    Pés juntos sem sapatos.
    Isto depois de um enterro
    Qual desterro
    Com meia dúzia de gatos!
    Nesse mesmo dia
    Tres meses eu fazia
    Tres vezes eu batia
    À porta que se me abria
    À porta que se te fechava!
    E a porta se entreabria
    E a vida me sorria
    A vida me mentia
    A vida me enganava!
    E nesta vida ainda estou
    Nesta vida ainda sou
    Tudo o que me inventei.
    Deixa lá
    Quando me for embora
    Só deixarei de fora
    O muito que fumei!

    Pobre de ti coitado
    50 anos mais tarde
    Sem borburinho nem alarde
    face ao teu pouco destaque
    Enfiaram-te um novo fraque
    Que te fica muito bem
    Invólucro das tuas ossadas
    Teus heterónimos
    E pseudónimos
    Tuas últimas ramboiadas
    E levaram-te para Belém
    Mais perto das “tabacarias”
    A venderem as tuas poesias
    Como tu
    Agora muito bem encadernadas!
    Deram-te outra crista
    Outra dimensão
    Fizeram de ti alpista
    Para muito oportunista
    Pobres aves de rapina
    Olhos postos no chão
    Gotas de atropina
    Lágrimas de estearina
    Remorsos sem perdão!

    Claro
    Há os que te estimam
    Os que te respeitam
    Os que te admiram
    Te respiram
    Te veneram
    Te adoram
    E os que a ti se sujeitam!
    Sem esquecer os que te venderam
    Te vendem e exploram.
    Sim!
    Exploram!
    Primeiro foram os melões
    Depois foi o Camões
    Que hoje menos se apregoa
    E como tudo correu bem
    A coisa dava dinheiro
    Levaram-te fora de portas
    Portas e janelas!
    Digressões pelo pais
    Exportado para o estrangeiro!
    Good morning sunshine
    Bloody Caravelas!
    Pobre Poeta le voilà
    Ainsi devenu célèbre
    Malgré soi!
    Hoje nos Jerónimos
    Grandónimos
    Com seus gráficos epitáficos
    E àmanhã a estas horas
    Onde estará?

    Amigo multifacetado
    Que tantos personagens criaste
    Personagens isolados
    Para te sentires menos desamparado
    Pobre amante assexuado
    No teu cubiculo enclausurado
    Em teu silêncio masturbado!
    Apenas te encontraste
    No que nunca escreveste
    Nem sequer pronunciaste
    Mesmo pensá-lo não ousaste!
    Ophélia
    Efémera doce quimera
    Não passou de platónico incesto
    Manifesto
    Pseudo sexual
    Devaneio sentimental
    Intelectual?
    Algo um tanto indigesto
    Que não fez nem bem nem mal!
    Apenas discreto refúgio
    Apanágio subterfúgio
    Ardil contraproducente
    Para te enganares a ti
    E embalar a gente.
    Perto
    Ou longe de Mário
    Tua vida foi ermo calvário
    destinos malogrados
    Pelas convenções apartados
    Mordidela de serpente!

    Mesmo roto
    Foi ele
    António Botto
    Quem arrojou vivê-lo
    Dizê-lo
    Escrevê-lo
    E até mesmo publicá-lo!
    O mais corajoso de todos os verbos
    O mais soberbo de todos os soberbos
    O verbo “assumir”!
    Sem calcular
    Sem medir
    Com todos partilhar
    O verbo ser
    E sê-lo ineiramente
    Sem desvios
    Atavios
    Sem se renegar
    A si proprio mentir
    Si mesmo iludir!
    Tu
    Apenas te procuraste
    No absinto onde afogaste
    O presente dum futuro já passado!

    Amigo multisolitário
    Pálidos dedos de ervanário
    Em mim te prolongaste
    No muito que há em mim de só
    E que como tu um dia será pó!

    Amigo!
    Na minha agonia
    Quer de noite quer de dia
    Na minha insónia sempre pernoitaste!
    Dorme teu sono eterno
    Que seja só meu este inferno
    Onde sòzinho me deixaste!



    Rogério do Carmo
    Paris, 4/6/1990

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